segunda-feira, 8 de maio de 2017

“O mundo quer ser herói”

A cena de um filme me fez refletir um pouco sobre essa frase e ainda escrever sobre o que penso a respeito dela, mas antes de entrar nessa questão é preciso saber por que essa frase me chamou a atenção.
A cena que vi aconteceu dentro de um hospital. Uma jovem residente precisou executar um processo cirúrgico do qual ela não tinha nenhuma noção. Ela deixou bem claro que poderia matar aquela pessoa a sua frente. A equipe médica não deu a mínina e disse que ela deveria tirar o glóbulo que assolava o paciente e ainda pressionar o coração para que voltasse a pulsar. Na garra e coragem ela obedeceu às ordens. Salvou o desconhecido a sua frente. Sabe aquela sensação de alívio e desespero que sentimos quando algo que tínhamos certeza que iria dar errado, por milagre, dá certo? Pois é, foi isso que a residente sentiu. Ainda com o coração na mão, (expressão para desespero) ela saiu da sala. No meio do caminho encontrou outro residente e contou o feito. Ele, ao invés de apoiar ou mesmo confortar a amiga, virou-se pra ela e disse: “Você sempre querendo ser a heroína”.
Foi aí que a minha ficha caiu. Essa cena, com outros personagens e outro cenário, já deve ter acontecido também com você. Estou mentindo? Quantas vezes nos sacrificamos para salvar vidas e aquela pessoa que ficou de braços cruzados vendo o “circo pegar fogo”, olha em nossos olhos e nos diz algo parecido.
Ser herói é fácil. Ser super-herói é o difícil.
Eis a pergunta: Por que ser herói é fácil? Dou-lhe uma, dou-lhe duas e dou-lhe três. Se ninguém respondeu, deixa que eu responda: o tempo inteiro os noticiários estão mostrando pessoas que precisam de auxílio, comida, roupas, casa para morar, estudos, água. O herói pega o telefone, liga para um disque-ajuda de alguma coisa e pronto. Dorme sossegado.

Mas hoje em dia é preciso mais que isso. Por trás de uma grande tragédia existe um grande problema à espera de uma solução.  O super-herói tem ou é a solução. Para ser super-herói basta ser amigo, companheiro e agente de transformação. Um dia publiquei um post de um programa do Canal Futura que iria falar sobre pessoas que fazem do Brasil um lugar melhor para se viver. Bingo! Esses são super-heróis. Pessoas que se prestam a auxiliar os outros. Não pela glória do feito, mas pelo simples fato de vê-lo pronto. Não pensem que essas pessoas dormem tranquilas à noite, na maioria das vezes elas sofrem de insônia. Para ser super-herói não é preciso vender o que tem, pegar toda a grana da poupança, comprar umas roupas largas, colocar uma mochila na costa e migrar para a África. Ser super-herói está em coisas simples. Basta arrumar uma maneira boa de dizer para aquele seu melhor amigo que ele está cometendo uma grande burrada, quando ele realmente está pisando na bola, por exemplo. Na hora ele pode até achar que não, mas um dia, sem querer vai olhar pro lado, dar um tapinha na sua costa e dizer claro e manso: “Você salvou a minha vida”.
Reflexão: Tiago 1: 22 – 27