quarta-feira, 6 de novembro de 2019


Exposição Bíblica – Ananias e Safira
Atos 5:1-11



O texto inicia com o versículo 1 com a palavra ENTRETANTO, uma conjunção adversativa que apresenta uma oposição, ao contrário de...
VS 1 - “Entretanto, certo homem, chamado Ananias, com sua mulher Safira, vendeu uma propriedade,

A pergunta inicial é: ao contrário de que ou quem?

Para responder a essa pergunta, precisamos voltar ao capítulo 4 nos versículos 34-37
“Pois nenhum necessitado havia entre eles, porquanto os que possuíam terras ou casas, vendendo-as, traziam os valores correspondentes e depositavam aos pés dos apóstolos; então, se distribuía a qualquer um à medida que alguém tinha necessidade. José, a quem os apóstolos deram o sobrenome de Barnabé, que quer dizer filho de exortação, levita, natural de Chipre, como tivesse um campo, vendendo-o, trouxe o preço e o depositou aos pés dos apóstolos.

Os versículos acima irão apresentar que um homem chamado Barnabé também vendeu uma propriedade e depositou sua oferta aos pés dos apóstolos, mesmo ato praticado por Ananias e Safira, porém a palavra ENTRETANTO, nos apresenta que há uma oposição por trás desse ato praticado e é sobre ele que iremos discorrer.

Comparando os textos e extraindo suas informações, podemos destacar que a oferta de Barnabé foi vista como uma virtude, já a oferta de Ananias e Safira como pecado. Mas por quê?

      1)      A diferença não estava no dinheiro, no volume, na quantia. O que faz a diferença entre a oferta de Barnabé e a de Ananias e Safira é a INTENÇÃO DO CORAÇÃO!

    2)      O texto não diz que Ananias e Safira eram obrigados a vender sua propriedade e trazer o dinheiro. Não havia nenhuma instrução para isso. As pessoas assim faziam de acordo com suas capacidades e condições e então muitos traziam grandes ou pequenas ofertas. Nem todas as pessoas traziam dinheiro de tudo o que vendiam,  traziam aquilo que ESTAVA PROPOSTO EM SEUS CORAÇÕES.
Não era pecado alguém vender algo e dedicar 1/3 a contribuição para manutenção da igreja primitiva, ninguém era obrigado a entregar todo o valor. Uns entregavam metade, outros 20%, 30%, 10%, outros entregavam 5%. Entregavam aquilo que era PROPOSTO EM SEUS CORAÇÕES.
O apóstolo Paulo nos ensina em 2 Coríntios 9:7 que:
Cada pessoa coopere conforme tiver proposto em seu coração, não com pesar ou por constrangimento, pois Deus ama o doador que contribui com alegria

Então, se o problema não está no dinheiro, quantidade, o que é?

      a)      Versículo 2 vai dizer:
“mas, em acordo com sua mulher, reteve parte do preço e, levando o restante, depositou-o aos pés dos apóstolos.
A palavra RETER tem por significado: Guardar em si mesmo; conter, refrear, não deixar sair.

ü    O que está aqui enraizado em Ananinas e Safira era que eles entregam a oferta, mas a oferta PARECIA ser a oferta integral. Ela só parecia, porque na verdade ela estava RETIDA, ou seja, estava pela metade.
ü    E é exatamente o que está escondido nessa atitude foi o que perturbou Pedro, não revelado pela carne, mas sim pelo Espírito Santo. A APARÊNCIA!




O que é aparência? Aspecto exterior que se parece com; probabilidade, verossimilhança: o fato contradiz todas as aparências. O que se usa como disfarce; engano, ilusão: aparência de altruísmo.

VS 3 e 4 – “Então, disse Pedro: Ananias, por que encheu Satanás teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo, reservando parte do valor do campo? Conservando-o, porventura, não seria teu? E, vendido, não estaria em teu poder? Como, pois, assentaste no coração este desígnio? Não mentiste aos homens, mas a Deus.

A aparência de uma ação magnífica igual a Barnabé. Mas a oferta, a ação, não era igual, porque ela estava RETIDA.

ü    Mas a RETENÇÃO É PECADO? Podemos nos perguntar. Não, não era pecado. O que era pecado era APARENTAR uma santidade, uma consagração, uma generosidade maquiada, uma generosidade, uma liberalidade mentirosa, porque o outro saco do dinheiro estava ESCONDIDO. Isso era PECADO!
Pedro pergunta mais uma vez na parte B do versículo 8: Dize-me, vendestes por tanto aquela terra? Ela respondeu: Sim, por tanto.

Para Pedro toda aquela demonstração de generosidade era FALSA, era um TEATRO. Toda aquela apresentação magnífica de entrega era uma mentira, era falsa, dando assim lugar ao diabo. Aparentar ter entregue tudo.

VS 3 – “Então, disse Pedro: Ananias, por que encheu Satanás teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo, reservando parte do valor do campo?

O QUE ISSO TEM HAVER CONOSCO, QUAIS LIÇÕES PODEMOS EXTRAIR PARA NOSSAS VIDAS?

1)      Diante do Senhor seja quem você é!
Não é necessário aparentar fé diante do Senhor, pelo contrário, é um risco! Aparentar algo diante do Senhor que não existe na essência, no coração, é um grande risco.

Levítico 10:1-2 vai nos dizer sobre os filhos de Arão que apresentam uma oferta que era fogo estranho perante o Senhor e eles foram fulminados e mortos ali.
Nadabe e Abiú, filhos de Arão, tomaram cada um o seu incensário, e puseram neles fogo, e sobre este, incenso, e trouxeram fogo estranho perante a face do Senhor, o que lhes não ordenara. Então, saiu fogo de diante do Senhor e os consumiu; e morreram perante o Senhor.

Isaías 29:13 vai dizer que o Senhor conhece o intento do coração! Ou seja, a intenção, a essência.
O Senhor disse: Visto que este povo se aproxima de mim e com a sua boca e com os seus lábios me honra, mas o seu coração está longe de mim, e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens, que maquinalmente aprendeu.”

Mateus 15:7-9
“Hipócritas! Bem profetizou Isaías a vosso respeito, dizendo:
Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim.
E em vão me adoram
, ensinando doutrinas que são preceitos de homens.



2)      Não existe meia consagração, meia ação.
A minha forma de me apresentar perante o Senhor. Como eu acho que deve ser. Ananias e Safira achavam que existia um “jeitinho” ninguém está vendo, ninguém sabe. Vamos nos apresentar como Barnabé e ter a atenção de todos sobre nós, porém não precisamos que eles saibam que não estamos ofertando todo o valor. O que importa? Só precisamos ser notados.

Quem Deus é e o que Ele espera dos que se aproximam D’Ele, certamente não é a aparência. Mas uma vida de verdade, de entrega verdadeira, sabendo que Ele tudo vê e tudo sabe.

·         2 Crônicas 16:9 vai nos dizer que os olhos do Senhor passam por TODA a terra. Isso significa que não há nada que Ele não veja, ou não saiba.
·         Salmo 139:4 vai afirmar que ainda a palavra não nos chegou à boca e o Senhor já a conhece.
·         Romanos 12:1, Paulo orienta aos cristãos a apresentarem-se ao Senhor com um culto racional, verdadeiro, por inteiro.
·         Mateus 5:24, vai nos exortar para quando formos entregar nossa oferta perante ao Senhor e ali nos recordarmos que temos alguma queixa contra alguém, para deixarmos a oferta e irmos nos concertar com a pessoa, caso contrário, essa oferta pela metade não será aceita pelo Senhor, será  fogo estranho.

Todos esses textos nos apresentam um Senhor Soberano, Onisciente e Onipotente, que tudo vê e tudo sabe, que não há nada que possamos esconder perante Ele, ou mesmo aparentarmos. Ele quer de nós verdade, Ele quer que nos apresentemos como estamos e não inventando ou copiando alguém que não somos, porque Ele mesmo é quem nos moldará.

A questão de Ananias e Safira nunca foi o dinheiro, mas como por em prática as instruções de Deus, ao se achegar a Ele. Quem Deus é, e o que Ele espera dos que se aproximam D’Ele. O estado de pureza, verdade.
Toda entrega que tenha retenção é uma peça teatral. Toda falsa demonstração de piedade esconde um homem viu que quando tiver que escolher entre a causa de Deus e seus interesses, ele escolherá seus interesses.
Pedro chama a atenção, alertando que nós não podemos andar adulterados, misturados, em aparência, de má intensão, uma base falsa. O Senhor vê o oculto, o secreto.

O texto termina nos versículos 10 e 11 dizendo:
“No mesmo instante, caiu ela aos pés de Pedro e expirou. Entrando os moços, acharam-na morta e, levando-a, sepultaram-na junto do marido. E sobreveio grande temor a toda a igreja e a todos quantos ouviram a notícia destes acontecimentos.”


A pergunta que devemos nos fazer é: como temos nos apresentado perante o Soberano Senhor: Coxos, mancos, de aparência, retidos, falsos???? Se os olhos do Senhor hoje passarem sobre nós o que Ele encontrará? Seríamos nós fulminados?

O TEMOR de quem é Deus e quem nós somos precisa estar muito claro em nossas mentes, pois é pela graça e misericórdia que diariamente abrimos nossos olhos e levantamos de nossas camas, uma vez que somos miseráveis pecadores, alcançados pela obra de Redenção de Jesus Cristo.





















quinta-feira, 10 de outubro de 2019

Por que temos tanta dificuldade de nos enxergarmos como pessoas cruéis?



      Uau que título forte não? Alguns podem até dizer, “mas que baixa alto estima é essa?” ou ainda, “nossa, que olhar pessimista.” Na verdade, não é uma coisa, nem outra, mas sim olhar para nossa verdadeira natureza!
A bíblia, a palavra de Deus revelada a nós, nos descreve como pessoas más. O homem, em geral, se tornou mal e condenável diante de Deus. Todos nós somos pecadores e fomos excluídos da glória de Deus (Romanos 3:23). A doutrina da depravação total nada mais é do que a afirmação dessa realidade desastrosa. Que somos totalmente depravados pelo pecado. Totalmente não significa que toda a imagem e semelhança de Deus em nós foi totalmente destruída e que nada de bom ou correto pode vir do nosso caráter. A graça comum de Deus age sobre toda a humanidade, distribuindo suas bênçãos e atributos conosco (Mateus 5:45), para que ainda exista algum bem entre nós. Satanás e o pecado não têm poder para apagar por completo a criação santa de Deus. Portanto, a depravação é total no sentido que todas as áreas da nossa vida foram afetadas pelo pecado. Não fazemos nada como realmente deveríamos fazer. Nunca acreditaríamos com todo nosso entendimento em Deus, nunca o temeríamos como deveríamos, nunca o louvaríamos com todo o coração, nunca seriamos santos como Ele é Santo e nunca o obedeceríamos como sua palavra nos ensina.
Entender a depravação total e suas consequências é fundamental para entendermos a obra salvadora que Cristo faz por nós. A depravação nos tira o livre-arbítrio e nos leva a uma escravidão e a um destino certo, a morte (Romanos 6:23).


Não podemos fazer o bem, pois fomos ensinados a fazer o mal (Jeremias 13:23).




      Paulo diz em Romanos 7:15-21 “Não entendo o que faço. Pois não faço o que desejo, mas o que odeio. E, se faço o que não desejo, admito que a lei é boa. Neste caso, não sou mais eu quem o faz, mas o pecado que habita em mim. Sei que nada de bom habita em mim, isto é, em minha carne. Porque tenho o desejo de fazer o que é bom, mas não consigo realizá-lo. Pois o que faço não é o bem que desejo, mas o mal que não quero fazer, esse eu continuo fazendo. Ora, se faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, mas o pecado que habita em mim. Assim, encontro esta lei que atua em mim: Quando quero fazer o bem, o mal está junto a mim. Não sei se você já percebeu, mas a consequência mais sombria e preocupante da depravação total é que assim como não temos o livre-arbítrio para escolhermos o bem, não o temos para escolhermos a Deus, nem para acreditarmos no sacrifício redentor de Cristo. Nunca teríamos uma fé real e salvadora em Cristo sozinhos, mas Deus decidiu agir em nosso lugar. Ufa! E é exatamente aqui que desdobraremos nossa reflexão.

       Quantos leitores já tiveram a oportunidade em assistir o filme mais falado nas redes sociais nesses últimos dias e na boca de muitos “cristãos” chamado: CORINGA?


       Bom..., talvez alguns se perguntem: mas tudo isso só para falar sobre um filme? Que afirmar que não é um simples filme e, seria totalmente evasivo e cruel refletir sobre ele, antes de entender a natureza humana, perdida e longe de Cristo Jesus.
      Se você ainda não assistiu a esse filme, deixo aqui como sugestão e reflexão para que assim você faça, mas, aconselhando que você olhe para ele com a cosmovisão bíblia que se faz necessária e não humanista como temos ouvidos nos círculos de debates por ai.
      O filme CORINGA, é um filme avassalador, ele nos coloca contra a parede, num review quanto ao comportamento humano e onde de forma mais sanguinária podemos chegar. Sim, nós somos maus, lembre-se que se não fosse à graça salvadora de Jesus Cristo, nada poderia nos controlar, a não ser nossa natureza caída.
      O filme traz consigo muitas reflexões e questionamentos. O primeiro deles que quero destacar é a nossa incapacidade de se enxergar como pessoas más.
      Minha irmã gêmea costuma falar em nossas inúmeras conversas infinitas que nós cristãos somos como um carro com freio de mão puxado numa ladeira e, esse freio de mão simboliza a graça salvadora de Cristo Jesus em nossas vidas e se não fosse isso, seríamos como carros desgovernados, totalmente sem controle. Isso descreve de uma maneira muito clara que nós não somos nada bonzinhos.
Muito me assusta ouvir frases como essas:
“Aquele cara merece a morte, não existe nada de bom nele”
“Cuidado com certas pessoas, ou, não ande com essa ou aquela pessoa”
“Não falo com pessoas que tenham essa conduta deplorável”
“Não aceito ser atendido por um homossexual”
“etc infinitas...”
      Uma observação: não estou incentivando você a fazer escolhas irreflexivas, ou sair por ai, andando com qualquer um. O que desejo provocar em você é: o olhar que em nada somos melhores que ninguém, nenhuma classe, nenhuma etnia, nenhuma cultura, nenhuma ideologia, nenhuma ação e reação. Temos a lamentável tendência de nos colocarmos um pedestal de superioridade quanto àqueles que ainda estão com seus olhos encobertos para a verdade de Cristo, de nos acharmos superiores, aqueles que ainda comem das bolotas, dos restos desse sistema caído, mas lembre-se do freio de mão puxado, a graça salvadora que se revelou a nós, e é apenas por isso que não estamos por ai fazendo coisas iguais ou piores.
      O filme apresenta situações de total desprezo pelo problema e conflito do outro, o fato de se classificar classes sociais e ainda ter o sentimento de que aqueles que padecem merecem isso, porque não tiveram “capacidade” de quererem mudar de vida. E como falamos lá no início, nossa natureza caída não tem capacidade alguma de buscar o bem, porque esse bem É CRISTO e é Ele quem se revela a nós, segundo a sua vontade.
      Algumas situações como zombaria pela derrota alheia, risos pelo desespero psicológico e emocional, que faz com que o outro tenha atitudes aparentemente “piadistas”, mas que revela o se esvair pela falta de esperança e pelo vazio existencial que sucumbe a alma, isso, mostra claramente como cruéis somos em meio ao sofrimento do próximo. Certamente se você assistir esse filme no cinema será o momento em que ouvirá risos da plateia, mas que na verdade deveria arrancar lágrimas de dor.

   
    A segunda reflexão que quero trazer é que existe uma realidade que nos permeia, mas que é totalmente maquiada para que não venhamos a nos chocar com ela. Essa realidade é a desigualdade abruptamente assustadora da desigualdade social, onde os mais afortunados esmagam a classe trabalhadora, tornando-as material de consumo e descartável perante o poderio minoritário existente na sociedade, mas que maquiado, traz uma leve sensação de que todos podem chegar lá e que se ainda não estamos lá, a culpa são dos movimentos que se levantam para interromper o “crescimento”. Quanta falta de entendimento, quanto engano!
      O apóstolo João vai escrever no livro do apocalipse que a arrogância humana, dos que dominam o sistema chegará a tal nível que o pobre será cada vez mais subordinado ao sistema, cada vez se trabalhará mais e receberá menos, que será cada vez deixada a margem, por não pertencerem a uma categoria “soberana” humanista.
      William Barclay em comentários de apocalipse vai relatar 2 tipos de pobreza humana:
“POBREZA -  No Novo Testamento a pobreza e a fé em Cristo estão intimamente relacionadas. "Bem-aventurados os pobres", diz Jesus (Lucas 6:20). Tiago diz que Deus escolhe os pobres deste mundo para que sejam ricos na fé (Tiago 2:5). Devemos tomar nota da palavra que se usa neste caso. Em grego há duas palavras que designam o pobre. Uma, a que se usa aqui, é ptojia. A outra é penia. Esta define a condição do homem que deve trabalhar com suas mãos para ganhar o sustento. A primeira, pelo contrário, denota a destituição total. Em outras palavras, penia é o homem que carece do supérfluo, ptojia o que não tem nem sequer o essencial. A pobreza dos cristãos devia-se a duas razões. Devia-se a que a maioria dentre eles pertencia às classes mais baixas da sociedade, e muitos deles eram escravos. O abismo entre os estratos sociais mais baixos e os mais altos não é coisa nova. No mundo antigo era ainda maior que em nossa época. Estas cartas foram escritas a Igrejas asiáticas, mas sabemos que nessa mesma época em Roma os classes sociais mais baixas literalmente morriam de fome quando os ventos contrários atrasavam os carregamentos de cereais provenientes de Alexandria e fazia-se impossível distribuir a farinha gratuita que recebiam como único meio de sustento. Os primeiros cristãos sabiam o que é a pobreza absoluta. Mas havia outra razão para que os cristãos fossem pobres. Ocorria muito frequentemente, naquela época, que as casas dos cristãos eram saqueadas por multidões avivadas. Assim, ficavam sem recursos de tudo o que poderiam ter. Não era coisa fácil ser cristão nos tempos de João, na cidade de Esmirna ou em qualquer outro lugar do mundo antigo.”
      Apocalipse 6:5-6 - Compreenderemos melhor a ideia que há por atrás desta passagem, se lembrarmos que João não nos está dando uma descrição do fim, mas sim dos acontecimentos que precederão e prepararão o fim. O cavalo preto e seu cavaleiro representam a fome; trata-se de uma fome muito séria e capaz de causar grandes sofrimentos, mas não o suficientemente séria para matar. Há trigo, mas tem um preço proibitivo; e o vinho e o azeite não são afetados pela escassez. Os três principais produtos agrícolas da Palestina eram o trigo, o vinho e o azeite; são estes três os que sempre se mencionam quando se fala do que a terra produz. (Deuteronômio 7:13, 11:14,.28:51, Oséias 2:8, 22). O cavaleiro que cavalga sobre o cavalo preto tem em sua mão uma balança. No Antigo Testamento a expressão "comer o pão pesado" é sinônimo de grande escassez. Em Levítico Deus ameaça a seu povo rebelde fazendo-o comer o pão pesado (Levítico 26:26). A mesma ameaça volta a aparecer no livro de Ezequiel (4:16). Não é anormal que haja vinho e azeite enquanto falta o trigo. A videira e as oliveiras são plantas com raízes muito mais profundas que o trigo e podem resistir uma seca capaz de aniquilar as plantas de cereal. Quando Jacó manda os seus filhos buscarem trigo no Egito, no tempo de Apocalipse (William Barclay) 225 José, em que pese a persistente seca, é capaz de enviar com eles um presente "dos melhores frutos da terra" (Gênesis 43:11). Mas se escassear o trigo, mas abundar o azeite e o vinho, o povo passa fome, enquanto que dispõe do que normalmente é um luxo. Sabemos dos alcances da escassez graças à voz que se eleva dentre os quatro seres viventes. Uma medida de trigo ou três medidas de cevada custavam um denário. A medida era um choinix, o equivalente aproximado de um decímetro cúbico ou um litro. Em várias oportunidades encontramos referências que estabelecem esta "medida" como a ração diária normal de um homem. O denário equivale a 10 centavos de dólar. Era o pagamento que recebia o operário por uma jornada completa de trabalho. Normalmente com um denário podia ser comprados entre oito e dezesseis medidas de trigo, e quase o dobro de cevada, porque esta era muito mais barata. De maneira que a visão de João prevê a chegada de um dia quando tudo o que um homem é capaz de ganhar num dia de trabalho deverá gastá-lo em comprar o estritamente necessário para continuar vivendo, sem que fique para satisfazer suas outras necessidades nem lhe sobre para dar de comer a sua esposa ou a seus filhos, no caso de ser um homem casado e com família. Se em vez de trigo compra cevada, talvez possa alimentar os seus, mas não sobra dinheiro para comprar outras coisas. A situação que se descreve é tal que nela apenas se pode subsistir, num estado de “semiinanição”. Vimos que João, em que pese estar descrevendo as circunstâncias que precederão o fim, o faz em termos que possam ser familiares a seus leitores. Houve terríveis fomes na época de Nero, que afetaram somente os pobres e nunca os mais ricos. Em certa ocasião chegou a Roma um barco proveniente de Alexandria. O povo da cidade, faminto, creu que a carga era de cereal, porque Alexandria era a origem habitual desse produto. Desesperado, assaltou o barco, para descobrir, só então, que a carga era de areia especial importada do Egito para cobrir o piso do circo onde tinham que celebrar-se combate entre gladiadores.  Mas é especialmente durante o reinado de Domiciano que esta passagem encontra ecos surpreendentes, na mesma época em que João escreveu seu livro. Nessa época se produziu, precisamente, uma superprodução de vinho e, ao mesmo tempo, escassez de cereais. Domiciano tomou a drástica medida de obrigar a destruir a metade das vinhas, nas províncias, para que pudessem semear-se mais cereais. Os habitantes da Ásia, a província onde João vivia, chegaram quase ao ponto de rebelar-se contra a ordem imperial, porque o vinho era sua principal fonte de lucro. Ao enfrentar esta resistência por parte dos asiáticos, Domiciano cancelou seu decreto e chegou até a castigar os que, tendo-o obedecido, tivessem destruído seus vinhedos. Este é um caso no qual, em que pese a escassez de trigo chegou a proibir-se a interferência na produção de vinho e de azeite. De maneira que temos a imagem de uma fome na qual o luxo continua sendo possível. Sempre há algo que funciona muito mal quando alguns podem ter muito e outros têm muito pouco, quando alguns vivem rodeados de luxo e outros passam miséria. A sociedade onde tais injustiças são permitidas está em franca decadência e corre de maneira acelerada para com sua ruína final. Quando os que têm perderam seu sentido de responsabilidade pelos que não têm, o desastre é iminente. Há um detalhe muito interessante que alguns sugeriram que se pode deduzir desta passagem. A voz que anuncia os preços do trigo e da cevada provém dentre os quatro seres viventes. Já dissemos que estas quatro criaturas muito possivelmente representem o que tem de mais nobre na natureza. É possível, então, que tenhamos aqui um protesto, posto nos lábios da própria natureza, pela situação de desequilíbrio que há entre os homens. A tragédia da vida quase sempre foi que a natureza produz suficiente e mais que suficiente, mas que há muitos que nunca recebem os benefícios dessa abundância. A injustiça quase sempre está na distribuição das riquezas. João, então, está-nos dizendo, em sua linguagem simbólica, que a própria natureza protesta por esta injustiça, pois seus dons são usados de maneira egoísta e irresponsável quando os que se beneficiam são uns poucos que vivem no luxo, enquanto a maioria padece miséria e escassez. A própria estrutura da terra protesta contra o total egoísmo das minorias irresponsáveis que são capazes de sacrificar o bem-estar geral em favor de seu vício pelo luxo.”


   Espero que ao chegar aqui, você já tenha conseguido entender e perceber que o problema da humanidade está em sua natureza depravada, corrompida e totalmente afastado do seu Criador e sem o retorno para casa, ao encontro do Pai, do nosso resgatador, nós somente produziremos frutos de morte e destruição. Por isso, ao refletirmos sobre o retrato da sociedade no filme CORINGA, nós estamos olhando para um espelho da humanidade e que deve gerar em nós comoção, lágrimas, dores de parto, um clamor ao poderoso Deus, que pela sua infinita misericórdia venha se revelar aos perdidos, venha trazer esperança, venha trazer libertação, venha trazer a liberdade das amarras das trevas que somente ELE mesmo pode dar. Logo, nosso papel como cristão é olhar para esse mundo sombrio com a cosmovisão bíblica, com os olhos de amor de JESUS CRISTO, clamando para que Ele venha intervir em nossa miséria e agradecer a cada dia a ELE por ter puxado o freio de mão do nosso carro desgovernado.
Pois, a menos que percebamos nossa própria miséria indefesa, nunca saberemos o quanto precisamos do remédio que Cristo traz, nem viremos a ele com o amor ardoroso que lhe devemos. […] Para conhecer a verdadeira essência de Cristo, deve cada um de nós examinar-se cuidadosamente, e cada um deve saber-se condenado até ser vindicado por Cristo. Ninguém está isento. O profeta inclui a todos. Se Cristo não tivesse trazido ajuda, toda a raça humana pereceria” CALVINO

O último ponto que quero refletir é sobre o ícone que se torna o personagem do CORINGA para as classes baixas, vistas como deploráveis, tornando-se um tipo de herói, mesmo, tendo atitudes racionalmente cruéis e condenáveis.
Algo interessante a se notar é que nós temos a tendência de fazermos escolhas erradas e muitas vezes impensadas. Dentre elas, escolhas feitas porque a maioria assim a faz e isso nos leva sempre para um desfecho de mais sofrimento do que já o vivido. Olhando ainda para nossa atual situação como nação, sabemos que a humanidade está esperando por um tipo de herói, que intervenha de forma onde a desigualdade tenha um fim, o trabalho escravo seja de fato aniquilado e todos possam viver em paz e harmonia. Parece até que estamos falando de algum filme da Marvel, onde os heróis se apresentam no momento em que a humanidade tende a sucumbir.


   Como vimos, nunca, em hipótese alguma, escolheríamos a Deus sozinhos. Estamos destinados a morte, ao caos e isso não é culpa dEle, é nossa. Ao contrário do que muitos acreditam o primeiro passo da salvação não é nosso, pois não temos a capacidade de dá-lo. Gosto muito de um trecho das Crônicas de Nárnia, escrito por C. S. Lewis, em que Aslam diz para Jill: “Não teriam chamado por mim se eu não houvesse chamado por vocês.” (A Cadeira de Prata). A doutrina da eleição divina diz exatamente isso, que Deus nos escolheu para Ele antes mesmo da criação do mundo (Efésios 1:4). O primeiro passo da salvação é de Deus! Nós ainda nem existíamos, não havíamos feito nada, mas Deus já nos havia escolhido. Não por algo que faríamos ou deixaríamos de fazer, mas pela sua boa e soberana vontade (Efésios 1:5). O “antes da criação” deixa bem claro que Deus não usou nenhum critério em nós para tal escolha. A salvação vem do Senhor (Jonas 2:9) e a fé não vem de nós, é dom de Deus (Efésio 2:8)! Deus sempre soube o que faríamos e agiu com graça e misericórdia, nos resgatando para Ele.
                Dizer essas palavras significa que nós temos alguém que é mais que um herói, Ele é o própria salvador, JESUS CRISTO, que não apenas pode mudar situações sociais e humanistas, mas pode transformar nosso caráter, poder mudar nossa natureza caída, pode nos dar uma nova viva, cheia de paz, esperança e vigor, por Ele é a própria vida.


   Vale lembrar que temos uma grande responsabilidade, da qual precisamos ser lembrados diariamente, se hoje temos a vida que Cristo nos deu, precisamos transbordá-la em nossas ações e reações, logo o velho homem precisa ser crucificado na cruz e mais ainda, precisamos falar sobre essa vida em abundância que comente JESUS CRISTO oferece, para que aqueles que estão aprisionados em sua escuridão, não busquem um salvador utópico, de falácia e promessas humanas, mas que possa verdadeiramente se encontrar com esse CRISTO verdadeiro e real. Nossa missão é diária e precisa ter o olhar da perseverança, porque assim como um dia, nossos olhos foram abertos e nosso freio de mão puxado e hoje é exatamente isso que nos distingue daquele que ainda não teve esse encontro transformador, requer de nós atos de misericórdia, por entender quem éramos, e quem somos hoje meramente por causa de CRISTO, e assim jamais nos colocarmos num pedestal que não pertence a nós, mas somente a JESUS CRISTO, porque não foi nem um outro que nos amou, mas CRISTO!


    Espero poder ter contribuído através dessas provocações e reflexões para que nos tornemos mais semelhantes a Cristo e cada vez mesmo semelhantes a quem éramos antes D’Ele mesmo se revelar a nós.

Lorena Serpa
10-out-19

terça-feira, 29 de janeiro de 2019

A Bela e a Fera

É interessante recordar fatos, momentos, lembranças em nossas vidas. Eu gosto de guardar muitas coisas no meu HD externo, pois nunca se sabe quando iremos precisar de um determinado conteúdo ou tipo de arquivo. Mexendo nesse HD me deparei com uma ministração de 12/08/2011 dia dos Pais, na IEC de Campo Redondo, onde tive o imenso privilégio de levar a mensagem abaixo. Refazendo a leitura, pude perceber o quanto o Senhor é misericordioso e grandioso em falar através de nós, algo tão incrível que é seu amor e a salvação que vem somente D'Ele.


A BELA E A FERA 

O que vem em nossa mente quando ouvimos a palavra FERA?
Segundo dicionário FERA significa: animal selvagem; bravio e carnívoro; Pessoa muito cruel e má.

E a palavra SELVAGEM?
Antônimo de civilizado; Inculto; Bárbaro; Rude; Grosseiro, etc.

Quando ouvimos muitas dessas palavras, nossa mente relembra alguns fatos da história: A era dos primórdios; O homem das cavernas; Civilizações sem nenhuma cultura, aos nossos olhos, etc.




Entretanto, quando olhamos para o nosso atual momento na história, o que vemos?


Essas imagens nos soam familiares? SELVAGEM; BRAVIO; PESSOAS MUITO CRUÉIS; INCULTO; BÁRBARO; GROSSEIRO... FERAS?







Mas..., o que tudo isso tem haver conosco?

Gostaria de relembrar uma pequena história. Vocês já ouvira falar da história da Bela e a Fera?

A história fala de uma jovem que tinha o nome de Bela, esta jovem era bela em ações, palavras e vida. Certo dia, para salvar muitas vidas, pessoas que ela amava muito em seu vilarejo, ela abriu mão de sua casa, seu conforto, seu pai enfermo, para estar com uma pessoa, bravia, rude, inculta, selvagem, uma FERA. Entretanto, essa fera desprezível, nem sempre foi assim. Houve um tempo em que seu rosto era formoso, culto, o castelo onde morava era agradável, mas tudo muito antes da maldição. Antes das sombras terem caído sobre o coração do príncipe.

Quando essas sombras caíram, ele se escondeu, teve medo e se trancafiou em seu sombrio castelo, se tornando uma pessoa, amarga, sem esperança, uma FERA.
Bom, talvez possamos estar nos perguntando, o que a história da Bela e a Fera têm haver comigo, com você, principalmente se tratando do dia dos pais? Não entendo?
É a partir de tudo que compartilhamos até aqui e principalmente dessa história que gostaria de tecer alguns comentários, algumas reflexões.

Em Gênesis 2: 5-9 Nova Versão Internacional
5 - ainda não tinha brotado nenhum arbusto no campo, e nenhuma planta havia germinado, porque o Senhor Deus ainda não tinha feito chover sobre a terra, e também não havia homem para cultivar o solo.
6 - Todavia brotava água da terra e irrigava toda a superfície do solo.
7 - Então o Senhor Deus formou o homem do pó da terra e soprou em suas narinas o fôlego de vida, e o homem se tornou um ser vivente.
8 - Ora, o Senhor Deus tinha plantado um jardim no Éden, para os lados do leste; e ali colocou o homem que formara.
9 - O Senhor Deus fez nascer então do solo todo tipo de árvores agradáveis aos olhos e boas para alimento. E no meio do jardim estavam à árvore da vida e a árvore do conhecimento do bem e do mal.

Capítulo 3:8 / 23-24
8 - Ouvindo o homem e sua mulher os passos do Senhor Deus que andava pelo jardim quando soprava a brisa do dia, esconderam-se da presença do Senhor Deus entre as árvores do jardim.
23 - Por isso o Senhor Deus o mandou embora do jardim do Éden para cultivar o solo do qual fora tirado.
24 - Depois de expulsar o homem, colocou a leste do jardim do Éden querubins e uma espada flamejante que se movia, guardando o caminho para a árvore da vida.

Quando iniciamos nossa conversa, falamos de palavras e seus significados. O atual quadro do homem na sociedade e ai podemos fazer uma leitura muito interessante dentro do capítulo 2 e 3 de Gêneses.
Textos muito conhecidos por nós, onde Deus cria o homem, designa tarefas para que esse o faça, presenteia-o com uma auxiliadora e deixa apenas uma ordem: não comer do fruto da árvore do bem o do mal. Daí ambos, tentado pelo diabo para obterem conhecimento, poder e outros atributos de Deus, desobedecem, são amaldiçoados e expulsos do Jardim do Éden.

O capítulo 1 de Gêneses mostra que houve um tempo em que a face da humanidade era muito bela e em que o palácio, aqui representado pelo Éden era bastante agradável. Todas as tarde o Senhor vinha conversar com o homem, havia uma agradável comunhão. Mas isso foi antes da maldição. Antes das sombras terem caído sobre Adão. E deste então, essa maldição nos faz diferentes. A partir de então, o homem, nós passamos a fazer coisas desagradáveis, odiosas, das quais sabemos que não devemos fazer. Às vezes chegamos a pensar porque fazemos tal coisa e por ai vai. Aquilo que era belo passou a ser tornar, estranho, sombrio.

A palavra nos diz no livro de Romanos 7:15
15 - Não entendo o que faço. Pois não faço o que desejo, mas o que odeio.
Interessante essa palavra! Pois não faço o que desejo, mas o que odeio
A palavra ainda vai dizer em Jeremias 17:09:
"Enganoso é o coração, mais que todas as coisas e desesperadamente corrupto, quem o conhecerá?"
O coração humano é um coração corrupto. O mesmo coração enganado no Éden pela cobiça do conhecimento, do poder, continua sendo o mesmo coração enganoso e corruptível deste século.
Mas, além disso, o que dizermos da crueldade humana?

Quando nos lembramos das reportagens que assistimos nos noticiários de TV, imaginamos: COMO PODE O HOMEM TER TAMANHA CRUELDADE! Às vezes ouço pessoas dizerem assim: Parece que estamos vivendo a “lei” da selva.
Na semana passada, exatamente sexta-feira, meu cunhado chegou de viagem de trabalho do HAITI e ele compartilhou algumas coisas conosco, sobre a miséria e a crueldade do ser humano naquele lugar. O lugar de escuridão, onde a magia negra predomina. Uma miséria terrível e uma violência inimaginável. Quando ele compartilhava conosco as palavras que falamos no início vinham em minha mente: BÁRBAROS, INDOMESTICÁVEL; SELVAGENS, FERAS... Ele trouxe ainda um vídeo que um dos companheiros de trabalho gravou onde um homem é torturado no meio da rua. Eu não tive nem coragem de assistir o vídeo, só pelas coisas que ele estava nos descrevendo.

Nesse mesmo dia, estava numa livraria do Rio e encontrei um livro fascinante do Max Lucado, com o título: Ele escolheu você: Jovem e Adolescente. Onde em um dos capítulos ele narrou detalhadamente o sofrimento de Jesus até a crucificação. Para quem assistiu o filme de Mel Gibsom a Paixão de Cristo, o livro ainda é muito mais rico em detalhes, que fazem você viajar na história dentro da sua mente. E daí ele cita o capítulo de Mateus 27: 27-37 / 40/43 que gostaria de ler com os irmãos
27 - Então, os soldados do governador levaram Jesus ao Pretório e reuniram toda a tropa ao seu redor.
28 - Tiraram-lhe as vestes e puseram nele um manto vermelho;
29 - fizeram uma coroa de espinhos e a colocaram em sua cabeça. Puseram uma vara em sua mão direita e, ajoelhando-se diante dele, zombavam: "Salve, rei dos judeus! "
30 - Cuspiram nele e, tirando-lhe a vara, batiam-lhe com ela na cabeça.
31 - Depois de terem zombado dele, tiraram-lhe o manto e vestiram-lhe suas próprias roupas. Então o levaram para crucificá-lo.
32 - Ao saírem, encontraram um homem de Cirene, chamado Simão, e o forçaram a carregar a cruz.
33 - Chegaram a um lugar chamado Gólgota, que quer dizer Lugar da Caveira,
34 - e lhe deram para beber vinho misturado com fel; mas, depois de prová-lo, recusou-se a beber.
35 - Depois de o crucificarem, dividiram as roupas dele, tirando sortes.
36 - E, sentando-se, vigiavam-no ali.
37 - Por cima de sua cabeça colocaram por escrito a acusação feita contra ele: ESTE É JESUS, O REI DOS JUDEUS.
40 - e dizendo: "Você que destrói o templo e o reedifica em três dias, salve-se! Desça da cruz, se é Filho de Deus! "
41 - Da mesma forma, os chefes dos sacerdotes, os mestres da lei e os líderes religiosos zombavam dele,
42 - dizendo: "Salvou os outros, mas não é capaz de salvar a si mesmo! E é o rei de Israel! Desça agora da cruz, e creremos nele.
43 - Ele confiou em Deus. Que Deus o salve agora, se dele tem compaixão, pois disse: ‘Sou o Filho de Deus! ’ "

Na narrativa de Mateus podemos sentir e imaginar a crueldade do homem. Vemos claramente a FERA!

Jesus foi condenado a ser crucificado, mas os soldados fizeram muito mais que isso. Ele foi torturado, levou mais chibatadas do que outro prisioneiro. Nas pontas do chicote havia pontas que ao encostarem-se à pele saia rasgando. Além dos açoites cuspiram em seu rosto, apenas para humilhá-lo. Se não bastasse, recebeu uma coroa de espinhos que ao fincar em sua cabeça o feriu penetrando por sua pele, teve que carregar uma cruz de madeira pesada, após ter seu corpo todo flagelado.
Será que apenas levá-lo para ser crucificado não bastaria? Era preciso tudo aquilo? Por que tamanha crueldade?
E ainda hoje vemos essa crueldade! Mas daquele jeito?

Pensem comigo:
*O peso de uma fofoca é o mesmo da saliva no rosto de Jesus; Humilhante, cheio de veneno;
*Fazer alguém se sentir envergonhado na frente de todos, com aquele sentimento de insignificância é o mesmo que os açoites que não eram obrigatórios;
*Fazer alguém se sentir mal, para que você se sinta bem, é o mesmo sentimento que aqueles soldados tiveram
Interessante pensarmos nisso não!

Muitas vezes nós que estamos dentro de templos construídos por mãos humanos, não nos vemos dentro desses pontos, não nos achamos cruéis, mas, muitas vezes estamos cegos, ou não queremos ver o nosso lado bravio.

A palavra vai nos dizer no livro Mateus 25:40 - ‘Digo-lhes a verdade: o que vocês fizeram a algum dos meus menores irmãos, a mim o fizeram’.
Muitas vezes nos esquecemos que falar mal da igreja, é falar do corpo de Cristo, onde Ele é o cabeça; Nos esquecemos que fazer fofoca é ferir o corpo; Desprezar alguém, pela sua posição social, pela sua simplicidade, por ser uma pessoa leiga, nos esquecemos que estamos falando do Corpo de Cristo e nos assemelhamos a pessoas INCULTAS.
Eu ouvi uma frase certa vez que dizia assim: O jeito como tratamos as pessoas é o mesmo como tratamos a Jesus!
Como temos tratado as pessoas que estão a nossa volta?
Perguntamos-nos ainda, mas porque tudo isso? O que há de errado com o homem? O que há de errado comigo?

A Bíblia vai nos dizer que o grande problema de toda raça humana se resume em seis letras:  PECADO

Todos os seres humanos, desde que viemos a esta terra, você, eu, todos, nascemos com natureza pecaminosa. Mas o que é natureza pecaminosa? É uma vontade desesperada de gostar do lixo desta vida; de gostar das coisas erradas. Com essa natureza com que nascemos, é impossível agradar a Deus; é impossível amar as coisas certas; é impossível querer estudar a Bíblia, querer seguir a Jesus, querer obedecer. É literalmente impossível! Veja o que Jeremias confirma, no capítulo 13:23: "Pode acaso o etíope mudar a sua pele, ou o leopardo as suas manchas? Então poderíeis fazer o bem, estando acostumados a fazer o mal?" Esta é a situação do ser humano.

O pecado está naquele que se prostitui, ou não; está naquele que escarnece ou não; está naquele que mata, ou não, está na natureza humana. Dentro da nossa genética desde Adão.

Tudo o que vimos e falamos até aqui se baseia da desobediência do homem para com Deus, se baseia no afastamento do homem com Deus; Se baseia no coração corruptível do homem.
*Vocês se lembram da história do início que contei: da Bela e a Fera? Quais foram às atitudes da Bela para com a Fera?
A Bela foi aquele quem transformou a Fera, porque via aquilo que a Fera poderia ser e conquistou a Fera com o seu AMOR. Amor que o libertou da escuridão, AMOR que transformou, converteu sua natureza selvagem.

O que essa história nos lembra?

A palavra nos diz no livro de Isaías: 53:4-9
4 - Certamente ele tomou sobre si as nossas enfermidades e sobre si levou as nossas doenças, contudo nós o consideramos castigado por Deus, por ele atingido e afligido.
5 - Mas ele foi transpassado por causa das nossas transgressões, foi esmagado por causa de nossas iniquidades; o castigo que nos trouxe paz estava sobre ele, e pelas suas feridas fomos curados.
6 - Todos nós, tal qual ovelhas, nos desviamos, cada um de nós se voltou para o seu próprio caminho; e o Senhor fez cair sobre ele à iniquidade de todos nós.
7 - Ele foi oprimido e afligido, contudo não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado para o matadouro, e como uma ovelha que diante de seus tosquiadores fica calada, ele não abriu a sua boca.
8 - Com julgamento opressivo ele foi levado. E quem pode falar dos seus descendentes? Pois ele foi eliminado da terra dos viventes; por causa da transgressão do meu povo ele foi golpeado.
9 - Foi-lhe dado um túmulo com os ímpios, e com os ricos em sua morte, embora não tivesse cometido qualquer violência nem houvesse qualquer mentira em sua boca. 

Para ficar mais claro: Filipenses 2: 5-11
5 - Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus,
6 - que, embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se;
7 - mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens.
8 - E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até a morte, e morte de cruz!
9 - Por isso Deus o exaltou a mais alta posição e lhe deu o nome que está acima de todo nome,
10 - para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, no céu, na terra e debaixo da terra,
11 - e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai.

A única solução para a raça humana, para mim e para você é entender o tamanho do amor de DEUS por nós, enviando seu único filho, Jesus. Para destruir a FERA, para transformar/converter a nossa natureza corruptível.
Amor que se humilhou se esvaziou completamente, foi rebaixado diante dos homens, pisoteado, sofreu a maior das torturas que se possa imaginar, sofreu, para salvar a mim e a você que estávamos mortos em nossos delitos e pecados. E hoje quer se apresentar a você que aqui está como seu salvador, como seu libertador, como o seu PAI!

“O CASTIGO (A MALDIÇÃO) QUE NOS TRAZ A PAZ (A BELEZA) ESTAVA SOBRE ELE (O BELO) E POR SUAS CHAGAS (FERIDAS) FOMOS SARADOS”

Lorena Serpa😊