sexta-feira, 24 de setembro de 2021

 1%

O que você faria se somente houvesse 1% de chance, de esperança? Seja na área que for!


Nós temos a tendência de desistir fácil e rápido demais das coisas, pessoas e até mesmo dos nossos sonhos. Quero deixar aqui uma dica de filme: Superação – O milagre da fé, o filme trata exatamente sobre ter 1% de chances.

Estava essa semana pensando na fala de alguém em algum momento do qual não me recordo nesse momento que bravamente falou assim: “1% não é zero, logo há uma chance!” Achei tão sensacional e tão ousada a fala que fiquei a pensar em histórias e pessoas que passaram por essa porcentagem, certamente no decorrer desta você também terá em sua memória exemplos de outras pessoas que tiveram tais porcentagens. Vamos pensar juntos!

O livro de Marcos, capítulo vinte e quatro relata o desespero de um pai chamado Jairo, com sua filha de doze anos, acamada e muito adoentada o qual estava em busca de socorro, a procura de Jesus Cristo, o qual ele acreditava que poderia curá-la de tal enfermidade. No entanto, no caminho ele recebe a notícia que ela não resistira e veio a falecer. Pergunto a você: quais as chances dessa menina com um “diagnóstico” de morte? Talvez nossa resposta seja: nenhuma chance! Mas, Jesus vira para Jairo e simplesmente fala para ele não se preocupar pois tudo daria certo. Como assim gente? Fico a pensar em como alguém poderia pensar que tudo daria certo se a notícia era que ela já havia morrido? De fato, é ousado afirmar e acreditar em algo tão surreal, mas, o texto nos afirma nos versículos trinta e nove ao quarenta e três o seguinte:

“Jesus disse que a menina não estava morta, mas dormia. As pessoas riram, porque tinham certeza de que ela estava morta. O Salvador mandou que todos saíssem da casa, exceto Seus discípulos, Jairo e sua mulher. Depois, todos foram até o quarto onde estava a menina. Jesus pegou-a pela mão e disse-lhe que se levantasse. Ela se levantou e andou. Seus pais ficaram maravilhados. Jesus disse-lhes que não contassem a ninguém o que tinha acontecido. Em seguida, pediu aos pais da menina que dessem a ela algo para comer.”

Outros personagens –

Estava o povo de Israel fugindo dos egípcios, mas não fugiam de meia dúzia de pessoas, mas sim, seiscentos dos melhores homens do exército do Rei Faraó, da para imaginar? E o povo? Bem, na frente deles estava o mar vermelho, aquela imensidão de águas profundos, atrás aquela quantidade absurda de soldados “sanguinários”, o que fazer? Qual a porcentagem de sobrevivência? Quais as chances dessas pessoas saírem vivas? De não voltarem a serem escravas do Rei Faraó? Eu não tenho dúvida que nossa resposta seria: acabou, fim da estrada, não temos chances! Mas, o texto vai nos afirmar em Êxodo, capítulo quatorze, nos versículos vinte e um ao vinte e nove:

 21Moisés estendeu a mão sobre o mar, e Deus, o Senhor, com um vento leste muito forte, fez com que o mar recuasse. O vento soprou a noite inteira e fez o mar virar terra seca. As águas foram divididas, 22 e os israelitas passaram pelo mar em terra seca, com muralhas de água nos dois lados. 23 Os egípcios os perseguiram e foram atrás deles até o meio do mar com todos os seus cavalos, carros de guerra e cavaleiros. 24 Logo antes de amanhecer, da coluna de fogo e de nuvem o Senhor olhou para o exército dos egípcios e fez com que eles ficassem apavorados. 25 Os carros de guerra andavam com grande dificuldade, pois Deus fez com que as rodas ficassem atoladas. Então os egípcios disseram: Vamos fugir dos israelitas! O Senhor está lutando a favor deles e contra nós. 26Então o Senhor Deus disse a Moisés: Estenda a mão sobre o mar para que as águas voltem e cubram os egípcios, os seus carros de guerra e os seus cavaleiros. 27 Moisés estendeu a mão sobre o mar, e, quando amanheceu, o mar voltou ao normal. Os egípcios tentaram escapar das águas, porém o Senhor os jogou dentro do mar. 28 As águas voltaram e cobriram os carros de guerra, os cavaleiros e todo o exército egípcio que havia perseguido os israelitas no mar. E não sobrou nenhum egípcio com vida. 29 Mas os israelitas atravessaram o mar em terra seca, com muralhas de água nos dois lados.”

Outros personagens –

Havia uma mulher, possivelmente chamada por Mirian, que por doze anos vivia com uma hemorragia severa, buscara tratamento de TODOS os tipos, mas, sem sucesso para a cura de seu problema. Além da enfermidade havia a questão social e familiar, pois diante de sua hemorragia ela não poderia ter contato com ninguém, ou seja, deveria ficar sozinha. Imagine você conviver por doze anos com uma hemorragia, são doze anos e não doze dias; passar por tudo isso sozinha, gastar todo o seu dinheiro atrás de uma solução, por vezes ser enganada e ser motivo de vergonha e chacota! Pensou? Quais as chances, a porcentagem do problema dessa mulher ser resolvido? Para os médicos, nenhuma, afinal, todos os tratamentos não trouxeram efeito algum, logo, o que ela poderia fazer, seria viver da “melhor forma” o restante de seus dias e com toda certeza não eram nada fáceis. Essa mulher talvez já sem esperança, afinal só lhe restara 1% de chances, ouviu que o Messias, aquele que curava enfermidades, que ressuscitara mortos, iria passar próximo a ela. Essa mulher que não tinha mais nada, apenas 1% de esperança se assim podemos dizer pensou que esse mesmo Messias poderia curá-la! Será que eu e você também nos agarraríamos nesse 1% de chance? Será que teríamos tal fé? O livro de Mateus no capítulo nove, versículo vinte e um vai afirmar:

20 Certa mulher, que fazia doze anos que estava com uma hemorragia, veio por trás de Jesus e tocou na barra da capa dele. 21 Pois ela pensava assim: “Se eu apenas tocar na capa dele, ficarei curada.”

22 Jesus virou, viu a mulher e disse: — Coragem, minha filha! Você sarou porque teve fé.”

 

Outros personagens –

Solyana Loredo, que vive na cidade de Macaé, estado do Rio de Janeiro, nasceu sem os dois braços e com má formação nas pernas, o que não permite que ela ande. Quando a jovem nasceu, os médicos disseram para sua mãe que ela morreria logo após o parto. E aí, quais seriam nossas reações diante desse diagnóstico? Quais as chances, porcentagens? Solyana, com 99% de chances de morrer, cursou a Faculdade de Psicologia com média de 9,5, fala inglês e espanhol, toca teclado, escreve com o pé e faz natação. Desde o ano de 2010, ministra palestras motivacionais, ajudando pessoas vencerem seus próprios limites, através de sua história de superação e 1% de esperança! Hoje com 24 anos é um exemplo para todos nós!

 Poderíamos continuar com muitos e muitos outros exemplos onde apenas 1% de esperança, foram o suficiente para não desistir! O que desejo hoje trazer a sua memória é a afirmativa de Salomão:

Quero trazer à memória o que me pode dar esperança” (Lamentações 3.21).

Ainda que as circunstâncias apresentem 99% de morte, de impossibilidades, de total deserto, ou um mar profundo a sua frente e um exército atrás, 1% não é zero, Deus é aquele que faz o que homem algum pode fazer. Ele é aquele que pega o impossível e faz se tornar possível!

 

Quantos porcentos você tem hoje de esperança?

 

      Lorena Serpa



terça-feira, 2 de junho de 2020


VIRTUAL X PRESENCIAL




Vivemos dias onde cada vez mais o virtual tem tomado um espaço significativo em nossas vidas e certamente esse espaço expandirá cada vez mais.
O uso das tecnologias são ferramentas fundamentais no ensino, comunicação, vendas, aproximar distâncias e tantas outras coisas. Mas..., você já pensou sobre o virtual e presencial? Seria possível substituir relacionamentos presenciais por virtuais? Talvez num primeiro momento muitos digam sim com muita facilidade e ainda afirmem que essa é a tendência para a qual a humanidade segue. Pois bem, gostaria de pensar com você sobre alguns pontos.
Você já sentiu o coração de alguém bater junto ao seu peito, acelerado, junto a um abraço saudoso?
Você já sentiu seu corpo, seu cérebro, seu coração corresponder há um beijo, independente do seu tipo e suas múltiplas variáveis?
O cheiro, característica da pessoa, o perfume?
Você sabia que cada um de nós tem uma fragrância? Vou lhe trazer um exemplo: Há alguns anos trabalhava numa empresa, com um número aproximadamente de dez colaboradores no período de baixo movimento. Todos os dias quando eu chegava, ao passar pela porta, um dos rapazes, dizia certeiramente que eu adentrara. A mesma coisa ele fazia com os demais sem errar. Certa vez eu o perguntei como conseguia identificar, o perfume de cada pessoa, uma vez que o perfume, e esse perfume que me refiro é o de um frasco, um produto, poderia estar sendo usado por qualquer outra pessoa. Ele respondera que cada pessoa tem seu perfume e mesmo que alguém queira se utilizar, copiar não será o mesmo. Isso me deixou com uma interrogação na mente e fui pesquisar sobre o assunto. Um outro episódio bem mais a frente acontecera e fez com que eu entendesse de forma clara o que aquele companheiro de trabalho havia dito.
Eu amava o cheiro, a fragrância que uma amiga usada sempre, era uma mistura tão interessante e de uma sutileza que me encantava. Perguntei a essa amiga o nome do perfume pois gostaria de comprá-lo. Para minha surpresa ela me presenteou com o perfume que eu tanto admirava, no entanto, eu não conseguia sentir o mesmo cheiro, a fragrância que exalava dela. Peguei o frasco e fui buscar aquela mistura da fragrância e não era a mesma coisa, foi aí que comecei a pensar. Cada um de nós temos um DNA, cada pessoa tem seu perfume, que ao se misturar com o cheiro de uma fragrância irá exalar um tipo de aroma e que jamais esse aroma será o mesmo no outro, apenas naquela pessoa. Esse tipo de singularidade é impossível de se sentir virtualmente!
O calor do corpo, o arrepio, a adrenalina, as dores e tantas e tantas outras coisas que poderiam ser descritas aqui, jamais podem ser sentidas virtualmente, logo, o que quero trazer a sua reflexão é que pessoas precisam de outras pessoas. Pessoas precisam do calor humano. Pessoas precisam sentir a emoção em estar com o outro, o cheiro do outro, o gosto do outro, até mesmo os fetiches do outro, rs.
O virtual diminui um pouco a sensação da distância, ajuda a diminuir a saudade, mas jamais poderá substituir a singularidade de um relacionamento presencial.
Talvez, esse tempo o qual estamos vivendo de isolamento social, nos sirva para muitos aprendizados, onde deles possamos nos tornar pessoas melhores. Não em conhecimento científico, mas melhores humanos, melhores pessoas, saber o valor da presença física de alguém em nossas vidas, a importância do momento de estar junto, de poder abraçar, de poder sentir, gritar, chorar, fazer o que for, mas, estando junto.
A vida é uma neblina, que hora está aqui e em outra já não mais. Assim acontece conosco, hoje aqui estamos e temos a oportunidade de nos sentirmos, amanhã o que restará serão as lembranças e a saudade!
Entre o virtual e o presencial, escolha o presencial, afinal, somos de aroma singular!

Lorena Serpa
Pedagoga
Especialista em MBA Gestão Empresarial
Estudante de Psicopedagogia Clínica

quinta-feira, 21 de maio de 2020


Toda Promessa para pela prova do tempo



Você já ouviu falar nessa frase? Promessa x Tempo! Quantas promessas já fizemos para pessoas diversas? Muitas cumprimos, outras não fazemos ideia do que falamos e nos comprometemos. Tempo, algo que dissemos não ter, mas ainda assim, queremos que tudo aconteça de forma imediata.
Essa é uma frase que vem ecoando em minha mente já há semanas e, quando penso nela, dois personagens bíblicos me veem a mente: o primeiro é Davi. Ainda um adolescente, entre 14 a 15 anos, Davi recebeu uma promessa de Deus por parte do profeta Samuel, que o ungiu Rei de Israel, porém, Davi só se tornara Rei aos 30 anos, como está registrado em 2 Samuel 5:4; Davi passou pela promessa e prova do tempo, até que a promessa dada por Deus acontecesse. Em todo esse tempo, estava Davi sendo moldado pelo Senhor.
O segundo personagem é Abraão. Deus dá uma ordem a Abraão, saia da tua terra, do meio da tua parentela e vá para a terra que eu te mostrarei. Deus não revelou de imediato qual era a terra que Abraão deveria ir e muito menos o tempo que iria levar para assim fazer. Se estudarmos todo o contexto veremos que Deus foi relevando a Abraão gradativamente. Cabia Abraão em acreditar e confiar naquilo que Deus o havia prometido e ordenado.
Existem muitos outros exemplos bíblicos que poderíamos descrever aqui, mas o que quero pensar com você é sobre o TEMPO!
Eclesiastes no capítulo 3 vai dizer que há um tempo DETERMINADO para TODAS  as coisas.
Se formos na raiz da palavra DETERMINADO, teremos: o que fora estabelecido, decidido, que fora estipulado com antecedência.
O que me chama a atenção é que se algo foi determinado, não existe nada que eu e você possamos fazer para anteceder, ou para postergar. Não temos como manipular aquilo que foi determinado. O que nos cabe é esperar e obedecer. E isso é algo exatamente fora do nosso controle, porque não foi determinado por mim e você, mas algo determinado por Deus, aquele que tem o controle de todo o universo em suas mãos.
A partir do versículo 2 de Eclesiastes 3, diz assim: há tempo....
“Tempo para nascer, tempo para mor­rer; tempo para plantar, tempo para colher;
3. tempo para matar e tempo para curar; tempo para destruir, tempo para construir de novo;
4. tempo para chorar, tempo para rir; tempo para ficar triste, tempo para pular de alegria;
5. tempo para espalhar pedras, tempo para ajuntar pedras; tempo para abraçar, tempo para não abraçar;
6. tempo para procurar, tempo para perder; tempo para guardar, tempo para jogar fora;
7. tempo para rasgar, tempo para costurar; tempo para ficar quieto, tempo para falar;
8. tempo para amar, tempo para odiar; tempo para guerra, tempo para ficar em paz.
Qual tempo você está vivendo em sua vida? Saiba que esse tempo precisa ser vivido com qualidade, sem se preocupar com o que está por vir, nem com aquilo que ficou para trás, mas viver com toda sua força, toda sua racionalidade o hoje que lhe é determinado. Tire proveito disso, observe os detalhes, coloque uma lente de aumento para que consiga assim enxergar a preciosidade da vida e de todos aqueles que lhe cercam hoje. Nossa ansiedade não abreviará aquilo que nos foi reservado, nosso medo, choro, dor, ou insegurança de nada alterará essa determinação, logo, o que nos resta, ou melhor, aquilo que devemos investir toda nossa alma, mente, coração, tudo que há em nós é no agora, porque aquilo que fora determinado para mim e você chegará no tempo certo, no dia e hora exata, sem nenhum segundo a mais ou a menos.
Lembre-se: toda promessa que fora determinada, passa pela prova do TEMPO!
Descanse seu coração!

Lorena Serpa
Pedagoga
Especialista - MBA em Gestão Empresarial
Estudante de Psicopedagogia Clínica


quarta-feira, 6 de novembro de 2019


Exposição Bíblica – Ananias e Safira
Atos 5:1-11



O texto inicia com o versículo 1 com a palavra ENTRETANTO, uma conjunção adversativa que apresenta uma oposição, ao contrário de...
VS 1 - “Entretanto, certo homem, chamado Ananias, com sua mulher Safira, vendeu uma propriedade,

A pergunta inicial é: ao contrário de que ou quem?

Para responder a essa pergunta, precisamos voltar ao capítulo 4 nos versículos 34-37
“Pois nenhum necessitado havia entre eles, porquanto os que possuíam terras ou casas, vendendo-as, traziam os valores correspondentes e depositavam aos pés dos apóstolos; então, se distribuía a qualquer um à medida que alguém tinha necessidade. José, a quem os apóstolos deram o sobrenome de Barnabé, que quer dizer filho de exortação, levita, natural de Chipre, como tivesse um campo, vendendo-o, trouxe o preço e o depositou aos pés dos apóstolos.

Os versículos acima irão apresentar que um homem chamado Barnabé também vendeu uma propriedade e depositou sua oferta aos pés dos apóstolos, mesmo ato praticado por Ananias e Safira, porém a palavra ENTRETANTO, nos apresenta que há uma oposição por trás desse ato praticado e é sobre ele que iremos discorrer.

Comparando os textos e extraindo suas informações, podemos destacar que a oferta de Barnabé foi vista como uma virtude, já a oferta de Ananias e Safira como pecado. Mas por quê?

      1)      A diferença não estava no dinheiro, no volume, na quantia. O que faz a diferença entre a oferta de Barnabé e a de Ananias e Safira é a INTENÇÃO DO CORAÇÃO!

    2)      O texto não diz que Ananias e Safira eram obrigados a vender sua propriedade e trazer o dinheiro. Não havia nenhuma instrução para isso. As pessoas assim faziam de acordo com suas capacidades e condições e então muitos traziam grandes ou pequenas ofertas. Nem todas as pessoas traziam dinheiro de tudo o que vendiam,  traziam aquilo que ESTAVA PROPOSTO EM SEUS CORAÇÕES.
Não era pecado alguém vender algo e dedicar 1/3 a contribuição para manutenção da igreja primitiva, ninguém era obrigado a entregar todo o valor. Uns entregavam metade, outros 20%, 30%, 10%, outros entregavam 5%. Entregavam aquilo que era PROPOSTO EM SEUS CORAÇÕES.
O apóstolo Paulo nos ensina em 2 Coríntios 9:7 que:
Cada pessoa coopere conforme tiver proposto em seu coração, não com pesar ou por constrangimento, pois Deus ama o doador que contribui com alegria

Então, se o problema não está no dinheiro, quantidade, o que é?

      a)      Versículo 2 vai dizer:
“mas, em acordo com sua mulher, reteve parte do preço e, levando o restante, depositou-o aos pés dos apóstolos.
A palavra RETER tem por significado: Guardar em si mesmo; conter, refrear, não deixar sair.

ü    O que está aqui enraizado em Ananinas e Safira era que eles entregam a oferta, mas a oferta PARECIA ser a oferta integral. Ela só parecia, porque na verdade ela estava RETIDA, ou seja, estava pela metade.
ü    E é exatamente o que está escondido nessa atitude foi o que perturbou Pedro, não revelado pela carne, mas sim pelo Espírito Santo. A APARÊNCIA!




O que é aparência? Aspecto exterior que se parece com; probabilidade, verossimilhança: o fato contradiz todas as aparências. O que se usa como disfarce; engano, ilusão: aparência de altruísmo.

VS 3 e 4 – “Então, disse Pedro: Ananias, por que encheu Satanás teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo, reservando parte do valor do campo? Conservando-o, porventura, não seria teu? E, vendido, não estaria em teu poder? Como, pois, assentaste no coração este desígnio? Não mentiste aos homens, mas a Deus.

A aparência de uma ação magnífica igual a Barnabé. Mas a oferta, a ação, não era igual, porque ela estava RETIDA.

ü    Mas a RETENÇÃO É PECADO? Podemos nos perguntar. Não, não era pecado. O que era pecado era APARENTAR uma santidade, uma consagração, uma generosidade maquiada, uma generosidade, uma liberalidade mentirosa, porque o outro saco do dinheiro estava ESCONDIDO. Isso era PECADO!
Pedro pergunta mais uma vez na parte B do versículo 8: Dize-me, vendestes por tanto aquela terra? Ela respondeu: Sim, por tanto.

Para Pedro toda aquela demonstração de generosidade era FALSA, era um TEATRO. Toda aquela apresentação magnífica de entrega era uma mentira, era falsa, dando assim lugar ao diabo. Aparentar ter entregue tudo.

VS 3 – “Então, disse Pedro: Ananias, por que encheu Satanás teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo, reservando parte do valor do campo?

O QUE ISSO TEM HAVER CONOSCO, QUAIS LIÇÕES PODEMOS EXTRAIR PARA NOSSAS VIDAS?

1)      Diante do Senhor seja quem você é!
Não é necessário aparentar fé diante do Senhor, pelo contrário, é um risco! Aparentar algo diante do Senhor que não existe na essência, no coração, é um grande risco.

Levítico 10:1-2 vai nos dizer sobre os filhos de Arão que apresentam uma oferta que era fogo estranho perante o Senhor e eles foram fulminados e mortos ali.
Nadabe e Abiú, filhos de Arão, tomaram cada um o seu incensário, e puseram neles fogo, e sobre este, incenso, e trouxeram fogo estranho perante a face do Senhor, o que lhes não ordenara. Então, saiu fogo de diante do Senhor e os consumiu; e morreram perante o Senhor.

Isaías 29:13 vai dizer que o Senhor conhece o intento do coração! Ou seja, a intenção, a essência.
O Senhor disse: Visto que este povo se aproxima de mim e com a sua boca e com os seus lábios me honra, mas o seu coração está longe de mim, e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens, que maquinalmente aprendeu.”

Mateus 15:7-9
“Hipócritas! Bem profetizou Isaías a vosso respeito, dizendo:
Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim.
E em vão me adoram
, ensinando doutrinas que são preceitos de homens.



2)      Não existe meia consagração, meia ação.
A minha forma de me apresentar perante o Senhor. Como eu acho que deve ser. Ananias e Safira achavam que existia um “jeitinho” ninguém está vendo, ninguém sabe. Vamos nos apresentar como Barnabé e ter a atenção de todos sobre nós, porém não precisamos que eles saibam que não estamos ofertando todo o valor. O que importa? Só precisamos ser notados.

Quem Deus é e o que Ele espera dos que se aproximam D’Ele, certamente não é a aparência. Mas uma vida de verdade, de entrega verdadeira, sabendo que Ele tudo vê e tudo sabe.

·         2 Crônicas 16:9 vai nos dizer que os olhos do Senhor passam por TODA a terra. Isso significa que não há nada que Ele não veja, ou não saiba.
·         Salmo 139:4 vai afirmar que ainda a palavra não nos chegou à boca e o Senhor já a conhece.
·         Romanos 12:1, Paulo orienta aos cristãos a apresentarem-se ao Senhor com um culto racional, verdadeiro, por inteiro.
·         Mateus 5:24, vai nos exortar para quando formos entregar nossa oferta perante ao Senhor e ali nos recordarmos que temos alguma queixa contra alguém, para deixarmos a oferta e irmos nos concertar com a pessoa, caso contrário, essa oferta pela metade não será aceita pelo Senhor, será  fogo estranho.

Todos esses textos nos apresentam um Senhor Soberano, Onisciente e Onipotente, que tudo vê e tudo sabe, que não há nada que possamos esconder perante Ele, ou mesmo aparentarmos. Ele quer de nós verdade, Ele quer que nos apresentemos como estamos e não inventando ou copiando alguém que não somos, porque Ele mesmo é quem nos moldará.

A questão de Ananias e Safira nunca foi o dinheiro, mas como por em prática as instruções de Deus, ao se achegar a Ele. Quem Deus é, e o que Ele espera dos que se aproximam D’Ele. O estado de pureza, verdade.
Toda entrega que tenha retenção é uma peça teatral. Toda falsa demonstração de piedade esconde um homem viu que quando tiver que escolher entre a causa de Deus e seus interesses, ele escolherá seus interesses.
Pedro chama a atenção, alertando que nós não podemos andar adulterados, misturados, em aparência, de má intensão, uma base falsa. O Senhor vê o oculto, o secreto.

O texto termina nos versículos 10 e 11 dizendo:
“No mesmo instante, caiu ela aos pés de Pedro e expirou. Entrando os moços, acharam-na morta e, levando-a, sepultaram-na junto do marido. E sobreveio grande temor a toda a igreja e a todos quantos ouviram a notícia destes acontecimentos.”


A pergunta que devemos nos fazer é: como temos nos apresentado perante o Soberano Senhor: Coxos, mancos, de aparência, retidos, falsos???? Se os olhos do Senhor hoje passarem sobre nós o que Ele encontrará? Seríamos nós fulminados?

O TEMOR de quem é Deus e quem nós somos precisa estar muito claro em nossas mentes, pois é pela graça e misericórdia que diariamente abrimos nossos olhos e levantamos de nossas camas, uma vez que somos miseráveis pecadores, alcançados pela obra de Redenção de Jesus Cristo.





















quinta-feira, 10 de outubro de 2019

Por que temos tanta dificuldade de nos enxergarmos como pessoas cruéis?



      Uau que título forte não? Alguns podem até dizer, “mas que baixa alto estima é essa?” ou ainda, “nossa, que olhar pessimista.” Na verdade, não é uma coisa, nem outra, mas sim olhar para nossa verdadeira natureza!
A bíblia, a palavra de Deus revelada a nós, nos descreve como pessoas más. O homem, em geral, se tornou mal e condenável diante de Deus. Todos nós somos pecadores e fomos excluídos da glória de Deus (Romanos 3:23). A doutrina da depravação total nada mais é do que a afirmação dessa realidade desastrosa. Que somos totalmente depravados pelo pecado. Totalmente não significa que toda a imagem e semelhança de Deus em nós foi totalmente destruída e que nada de bom ou correto pode vir do nosso caráter. A graça comum de Deus age sobre toda a humanidade, distribuindo suas bênçãos e atributos conosco (Mateus 5:45), para que ainda exista algum bem entre nós. Satanás e o pecado não têm poder para apagar por completo a criação santa de Deus. Portanto, a depravação é total no sentido que todas as áreas da nossa vida foram afetadas pelo pecado. Não fazemos nada como realmente deveríamos fazer. Nunca acreditaríamos com todo nosso entendimento em Deus, nunca o temeríamos como deveríamos, nunca o louvaríamos com todo o coração, nunca seriamos santos como Ele é Santo e nunca o obedeceríamos como sua palavra nos ensina.
Entender a depravação total e suas consequências é fundamental para entendermos a obra salvadora que Cristo faz por nós. A depravação nos tira o livre-arbítrio e nos leva a uma escravidão e a um destino certo, a morte (Romanos 6:23).


Não podemos fazer o bem, pois fomos ensinados a fazer o mal (Jeremias 13:23).




      Paulo diz em Romanos 7:15-21 “Não entendo o que faço. Pois não faço o que desejo, mas o que odeio. E, se faço o que não desejo, admito que a lei é boa. Neste caso, não sou mais eu quem o faz, mas o pecado que habita em mim. Sei que nada de bom habita em mim, isto é, em minha carne. Porque tenho o desejo de fazer o que é bom, mas não consigo realizá-lo. Pois o que faço não é o bem que desejo, mas o mal que não quero fazer, esse eu continuo fazendo. Ora, se faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, mas o pecado que habita em mim. Assim, encontro esta lei que atua em mim: Quando quero fazer o bem, o mal está junto a mim. Não sei se você já percebeu, mas a consequência mais sombria e preocupante da depravação total é que assim como não temos o livre-arbítrio para escolhermos o bem, não o temos para escolhermos a Deus, nem para acreditarmos no sacrifício redentor de Cristo. Nunca teríamos uma fé real e salvadora em Cristo sozinhos, mas Deus decidiu agir em nosso lugar. Ufa! E é exatamente aqui que desdobraremos nossa reflexão.

       Quantos leitores já tiveram a oportunidade em assistir o filme mais falado nas redes sociais nesses últimos dias e na boca de muitos “cristãos” chamado: CORINGA?


       Bom..., talvez alguns se perguntem: mas tudo isso só para falar sobre um filme? Que afirmar que não é um simples filme e, seria totalmente evasivo e cruel refletir sobre ele, antes de entender a natureza humana, perdida e longe de Cristo Jesus.
      Se você ainda não assistiu a esse filme, deixo aqui como sugestão e reflexão para que assim você faça, mas, aconselhando que você olhe para ele com a cosmovisão bíblia que se faz necessária e não humanista como temos ouvidos nos círculos de debates por ai.
      O filme CORINGA, é um filme avassalador, ele nos coloca contra a parede, num review quanto ao comportamento humano e onde de forma mais sanguinária podemos chegar. Sim, nós somos maus, lembre-se que se não fosse à graça salvadora de Jesus Cristo, nada poderia nos controlar, a não ser nossa natureza caída.
      O filme traz consigo muitas reflexões e questionamentos. O primeiro deles que quero destacar é a nossa incapacidade de se enxergar como pessoas más.
      Minha irmã gêmea costuma falar em nossas inúmeras conversas infinitas que nós cristãos somos como um carro com freio de mão puxado numa ladeira e, esse freio de mão simboliza a graça salvadora de Cristo Jesus em nossas vidas e se não fosse isso, seríamos como carros desgovernados, totalmente sem controle. Isso descreve de uma maneira muito clara que nós não somos nada bonzinhos.
Muito me assusta ouvir frases como essas:
“Aquele cara merece a morte, não existe nada de bom nele”
“Cuidado com certas pessoas, ou, não ande com essa ou aquela pessoa”
“Não falo com pessoas que tenham essa conduta deplorável”
“Não aceito ser atendido por um homossexual”
“etc infinitas...”
      Uma observação: não estou incentivando você a fazer escolhas irreflexivas, ou sair por ai, andando com qualquer um. O que desejo provocar em você é: o olhar que em nada somos melhores que ninguém, nenhuma classe, nenhuma etnia, nenhuma cultura, nenhuma ideologia, nenhuma ação e reação. Temos a lamentável tendência de nos colocarmos um pedestal de superioridade quanto àqueles que ainda estão com seus olhos encobertos para a verdade de Cristo, de nos acharmos superiores, aqueles que ainda comem das bolotas, dos restos desse sistema caído, mas lembre-se do freio de mão puxado, a graça salvadora que se revelou a nós, e é apenas por isso que não estamos por ai fazendo coisas iguais ou piores.
      O filme apresenta situações de total desprezo pelo problema e conflito do outro, o fato de se classificar classes sociais e ainda ter o sentimento de que aqueles que padecem merecem isso, porque não tiveram “capacidade” de quererem mudar de vida. E como falamos lá no início, nossa natureza caída não tem capacidade alguma de buscar o bem, porque esse bem É CRISTO e é Ele quem se revela a nós, segundo a sua vontade.
      Algumas situações como zombaria pela derrota alheia, risos pelo desespero psicológico e emocional, que faz com que o outro tenha atitudes aparentemente “piadistas”, mas que revela o se esvair pela falta de esperança e pelo vazio existencial que sucumbe a alma, isso, mostra claramente como cruéis somos em meio ao sofrimento do próximo. Certamente se você assistir esse filme no cinema será o momento em que ouvirá risos da plateia, mas que na verdade deveria arrancar lágrimas de dor.

   
    A segunda reflexão que quero trazer é que existe uma realidade que nos permeia, mas que é totalmente maquiada para que não venhamos a nos chocar com ela. Essa realidade é a desigualdade abruptamente assustadora da desigualdade social, onde os mais afortunados esmagam a classe trabalhadora, tornando-as material de consumo e descartável perante o poderio minoritário existente na sociedade, mas que maquiado, traz uma leve sensação de que todos podem chegar lá e que se ainda não estamos lá, a culpa são dos movimentos que se levantam para interromper o “crescimento”. Quanta falta de entendimento, quanto engano!
      O apóstolo João vai escrever no livro do apocalipse que a arrogância humana, dos que dominam o sistema chegará a tal nível que o pobre será cada vez mais subordinado ao sistema, cada vez se trabalhará mais e receberá menos, que será cada vez deixada a margem, por não pertencerem a uma categoria “soberana” humanista.
      William Barclay em comentários de apocalipse vai relatar 2 tipos de pobreza humana:
“POBREZA -  No Novo Testamento a pobreza e a fé em Cristo estão intimamente relacionadas. "Bem-aventurados os pobres", diz Jesus (Lucas 6:20). Tiago diz que Deus escolhe os pobres deste mundo para que sejam ricos na fé (Tiago 2:5). Devemos tomar nota da palavra que se usa neste caso. Em grego há duas palavras que designam o pobre. Uma, a que se usa aqui, é ptojia. A outra é penia. Esta define a condição do homem que deve trabalhar com suas mãos para ganhar o sustento. A primeira, pelo contrário, denota a destituição total. Em outras palavras, penia é o homem que carece do supérfluo, ptojia o que não tem nem sequer o essencial. A pobreza dos cristãos devia-se a duas razões. Devia-se a que a maioria dentre eles pertencia às classes mais baixas da sociedade, e muitos deles eram escravos. O abismo entre os estratos sociais mais baixos e os mais altos não é coisa nova. No mundo antigo era ainda maior que em nossa época. Estas cartas foram escritas a Igrejas asiáticas, mas sabemos que nessa mesma época em Roma os classes sociais mais baixas literalmente morriam de fome quando os ventos contrários atrasavam os carregamentos de cereais provenientes de Alexandria e fazia-se impossível distribuir a farinha gratuita que recebiam como único meio de sustento. Os primeiros cristãos sabiam o que é a pobreza absoluta. Mas havia outra razão para que os cristãos fossem pobres. Ocorria muito frequentemente, naquela época, que as casas dos cristãos eram saqueadas por multidões avivadas. Assim, ficavam sem recursos de tudo o que poderiam ter. Não era coisa fácil ser cristão nos tempos de João, na cidade de Esmirna ou em qualquer outro lugar do mundo antigo.”
      Apocalipse 6:5-6 - Compreenderemos melhor a ideia que há por atrás desta passagem, se lembrarmos que João não nos está dando uma descrição do fim, mas sim dos acontecimentos que precederão e prepararão o fim. O cavalo preto e seu cavaleiro representam a fome; trata-se de uma fome muito séria e capaz de causar grandes sofrimentos, mas não o suficientemente séria para matar. Há trigo, mas tem um preço proibitivo; e o vinho e o azeite não são afetados pela escassez. Os três principais produtos agrícolas da Palestina eram o trigo, o vinho e o azeite; são estes três os que sempre se mencionam quando se fala do que a terra produz. (Deuteronômio 7:13, 11:14,.28:51, Oséias 2:8, 22). O cavaleiro que cavalga sobre o cavalo preto tem em sua mão uma balança. No Antigo Testamento a expressão "comer o pão pesado" é sinônimo de grande escassez. Em Levítico Deus ameaça a seu povo rebelde fazendo-o comer o pão pesado (Levítico 26:26). A mesma ameaça volta a aparecer no livro de Ezequiel (4:16). Não é anormal que haja vinho e azeite enquanto falta o trigo. A videira e as oliveiras são plantas com raízes muito mais profundas que o trigo e podem resistir uma seca capaz de aniquilar as plantas de cereal. Quando Jacó manda os seus filhos buscarem trigo no Egito, no tempo de Apocalipse (William Barclay) 225 José, em que pese a persistente seca, é capaz de enviar com eles um presente "dos melhores frutos da terra" (Gênesis 43:11). Mas se escassear o trigo, mas abundar o azeite e o vinho, o povo passa fome, enquanto que dispõe do que normalmente é um luxo. Sabemos dos alcances da escassez graças à voz que se eleva dentre os quatro seres viventes. Uma medida de trigo ou três medidas de cevada custavam um denário. A medida era um choinix, o equivalente aproximado de um decímetro cúbico ou um litro. Em várias oportunidades encontramos referências que estabelecem esta "medida" como a ração diária normal de um homem. O denário equivale a 10 centavos de dólar. Era o pagamento que recebia o operário por uma jornada completa de trabalho. Normalmente com um denário podia ser comprados entre oito e dezesseis medidas de trigo, e quase o dobro de cevada, porque esta era muito mais barata. De maneira que a visão de João prevê a chegada de um dia quando tudo o que um homem é capaz de ganhar num dia de trabalho deverá gastá-lo em comprar o estritamente necessário para continuar vivendo, sem que fique para satisfazer suas outras necessidades nem lhe sobre para dar de comer a sua esposa ou a seus filhos, no caso de ser um homem casado e com família. Se em vez de trigo compra cevada, talvez possa alimentar os seus, mas não sobra dinheiro para comprar outras coisas. A situação que se descreve é tal que nela apenas se pode subsistir, num estado de “semiinanição”. Vimos que João, em que pese estar descrevendo as circunstâncias que precederão o fim, o faz em termos que possam ser familiares a seus leitores. Houve terríveis fomes na época de Nero, que afetaram somente os pobres e nunca os mais ricos. Em certa ocasião chegou a Roma um barco proveniente de Alexandria. O povo da cidade, faminto, creu que a carga era de cereal, porque Alexandria era a origem habitual desse produto. Desesperado, assaltou o barco, para descobrir, só então, que a carga era de areia especial importada do Egito para cobrir o piso do circo onde tinham que celebrar-se combate entre gladiadores.  Mas é especialmente durante o reinado de Domiciano que esta passagem encontra ecos surpreendentes, na mesma época em que João escreveu seu livro. Nessa época se produziu, precisamente, uma superprodução de vinho e, ao mesmo tempo, escassez de cereais. Domiciano tomou a drástica medida de obrigar a destruir a metade das vinhas, nas províncias, para que pudessem semear-se mais cereais. Os habitantes da Ásia, a província onde João vivia, chegaram quase ao ponto de rebelar-se contra a ordem imperial, porque o vinho era sua principal fonte de lucro. Ao enfrentar esta resistência por parte dos asiáticos, Domiciano cancelou seu decreto e chegou até a castigar os que, tendo-o obedecido, tivessem destruído seus vinhedos. Este é um caso no qual, em que pese a escassez de trigo chegou a proibir-se a interferência na produção de vinho e de azeite. De maneira que temos a imagem de uma fome na qual o luxo continua sendo possível. Sempre há algo que funciona muito mal quando alguns podem ter muito e outros têm muito pouco, quando alguns vivem rodeados de luxo e outros passam miséria. A sociedade onde tais injustiças são permitidas está em franca decadência e corre de maneira acelerada para com sua ruína final. Quando os que têm perderam seu sentido de responsabilidade pelos que não têm, o desastre é iminente. Há um detalhe muito interessante que alguns sugeriram que se pode deduzir desta passagem. A voz que anuncia os preços do trigo e da cevada provém dentre os quatro seres viventes. Já dissemos que estas quatro criaturas muito possivelmente representem o que tem de mais nobre na natureza. É possível, então, que tenhamos aqui um protesto, posto nos lábios da própria natureza, pela situação de desequilíbrio que há entre os homens. A tragédia da vida quase sempre foi que a natureza produz suficiente e mais que suficiente, mas que há muitos que nunca recebem os benefícios dessa abundância. A injustiça quase sempre está na distribuição das riquezas. João, então, está-nos dizendo, em sua linguagem simbólica, que a própria natureza protesta por esta injustiça, pois seus dons são usados de maneira egoísta e irresponsável quando os que se beneficiam são uns poucos que vivem no luxo, enquanto a maioria padece miséria e escassez. A própria estrutura da terra protesta contra o total egoísmo das minorias irresponsáveis que são capazes de sacrificar o bem-estar geral em favor de seu vício pelo luxo.”


   Espero que ao chegar aqui, você já tenha conseguido entender e perceber que o problema da humanidade está em sua natureza depravada, corrompida e totalmente afastado do seu Criador e sem o retorno para casa, ao encontro do Pai, do nosso resgatador, nós somente produziremos frutos de morte e destruição. Por isso, ao refletirmos sobre o retrato da sociedade no filme CORINGA, nós estamos olhando para um espelho da humanidade e que deve gerar em nós comoção, lágrimas, dores de parto, um clamor ao poderoso Deus, que pela sua infinita misericórdia venha se revelar aos perdidos, venha trazer esperança, venha trazer libertação, venha trazer a liberdade das amarras das trevas que somente ELE mesmo pode dar. Logo, nosso papel como cristão é olhar para esse mundo sombrio com a cosmovisão bíblica, com os olhos de amor de JESUS CRISTO, clamando para que Ele venha intervir em nossa miséria e agradecer a cada dia a ELE por ter puxado o freio de mão do nosso carro desgovernado.
Pois, a menos que percebamos nossa própria miséria indefesa, nunca saberemos o quanto precisamos do remédio que Cristo traz, nem viremos a ele com o amor ardoroso que lhe devemos. […] Para conhecer a verdadeira essência de Cristo, deve cada um de nós examinar-se cuidadosamente, e cada um deve saber-se condenado até ser vindicado por Cristo. Ninguém está isento. O profeta inclui a todos. Se Cristo não tivesse trazido ajuda, toda a raça humana pereceria” CALVINO

O último ponto que quero refletir é sobre o ícone que se torna o personagem do CORINGA para as classes baixas, vistas como deploráveis, tornando-se um tipo de herói, mesmo, tendo atitudes racionalmente cruéis e condenáveis.
Algo interessante a se notar é que nós temos a tendência de fazermos escolhas erradas e muitas vezes impensadas. Dentre elas, escolhas feitas porque a maioria assim a faz e isso nos leva sempre para um desfecho de mais sofrimento do que já o vivido. Olhando ainda para nossa atual situação como nação, sabemos que a humanidade está esperando por um tipo de herói, que intervenha de forma onde a desigualdade tenha um fim, o trabalho escravo seja de fato aniquilado e todos possam viver em paz e harmonia. Parece até que estamos falando de algum filme da Marvel, onde os heróis se apresentam no momento em que a humanidade tende a sucumbir.


   Como vimos, nunca, em hipótese alguma, escolheríamos a Deus sozinhos. Estamos destinados a morte, ao caos e isso não é culpa dEle, é nossa. Ao contrário do que muitos acreditam o primeiro passo da salvação não é nosso, pois não temos a capacidade de dá-lo. Gosto muito de um trecho das Crônicas de Nárnia, escrito por C. S. Lewis, em que Aslam diz para Jill: “Não teriam chamado por mim se eu não houvesse chamado por vocês.” (A Cadeira de Prata). A doutrina da eleição divina diz exatamente isso, que Deus nos escolheu para Ele antes mesmo da criação do mundo (Efésios 1:4). O primeiro passo da salvação é de Deus! Nós ainda nem existíamos, não havíamos feito nada, mas Deus já nos havia escolhido. Não por algo que faríamos ou deixaríamos de fazer, mas pela sua boa e soberana vontade (Efésios 1:5). O “antes da criação” deixa bem claro que Deus não usou nenhum critério em nós para tal escolha. A salvação vem do Senhor (Jonas 2:9) e a fé não vem de nós, é dom de Deus (Efésio 2:8)! Deus sempre soube o que faríamos e agiu com graça e misericórdia, nos resgatando para Ele.
                Dizer essas palavras significa que nós temos alguém que é mais que um herói, Ele é o própria salvador, JESUS CRISTO, que não apenas pode mudar situações sociais e humanistas, mas pode transformar nosso caráter, poder mudar nossa natureza caída, pode nos dar uma nova viva, cheia de paz, esperança e vigor, por Ele é a própria vida.


   Vale lembrar que temos uma grande responsabilidade, da qual precisamos ser lembrados diariamente, se hoje temos a vida que Cristo nos deu, precisamos transbordá-la em nossas ações e reações, logo o velho homem precisa ser crucificado na cruz e mais ainda, precisamos falar sobre essa vida em abundância que comente JESUS CRISTO oferece, para que aqueles que estão aprisionados em sua escuridão, não busquem um salvador utópico, de falácia e promessas humanas, mas que possa verdadeiramente se encontrar com esse CRISTO verdadeiro e real. Nossa missão é diária e precisa ter o olhar da perseverança, porque assim como um dia, nossos olhos foram abertos e nosso freio de mão puxado e hoje é exatamente isso que nos distingue daquele que ainda não teve esse encontro transformador, requer de nós atos de misericórdia, por entender quem éramos, e quem somos hoje meramente por causa de CRISTO, e assim jamais nos colocarmos num pedestal que não pertence a nós, mas somente a JESUS CRISTO, porque não foi nem um outro que nos amou, mas CRISTO!


    Espero poder ter contribuído através dessas provocações e reflexões para que nos tornemos mais semelhantes a Cristo e cada vez mesmo semelhantes a quem éramos antes D’Ele mesmo se revelar a nós.

Lorena Serpa
10-out-19